Ex-comandante da Marinha nega ter colocado tropas à disposição de golpe 366762
Almir Garnier Santos é acusado de colocar as tropas à disposição, em uma reunião que discutiu a possibilidade de uma virada de mesa 18ix
O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, negou que tenha colocado as tropas à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para um golpe de Estado. A fala ocorreu quando questionado pelo ministro Alexandre de Moraes durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF). 3j2q19
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Entre os co-réus, a situação do ex-comandante da Marinha se mostrou uma das mais comprometedoras. O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, disse em depoimento ao STF que Garnier teria disponibilizado as tropas a Bolsonaro, em uma reunião que discutiu a possibilidade de uma virada de mesa.
Na segunda-feira, na delação e depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, o ex-comandante não apenas foi colocado como integrante do grupo dos "radicais", como o único comandante a colocar tropas à disposição para a ruptura institucional.
"Não houve deliberações [sobre tropas]. Ele [Bolsonaro] fez as considerações dele [na reunião], expressou o que pareciam para mim mais preocupações e análise de possibilidades, do que propriamente uma ideia ou uma intenção de conduzir alguma coisa em uma certa direção. A única que eu percebi que me era tangível e importante era a preocupação com a segurança pública, para a qual a GLO é um instrumento adequado dentro de certos parâmetros", disse Garnier.
"A Marinha é extremamente hierarquizada e nós seguimos bem à risca o Estatuto dos Militares. O Estatuto dos Militares diz que a um subordinado é dado apenas o direito de pedir por escrito uma ordem que ele receba e considere flagrantemente ilegal. Então, até que isso aconteça, para mim, ilações, discussões...Eu era o comandante da Marinha, eu não era assessor político do presidente. E eu me ative ao meu papel institucional", acrescentou o ex-comandante da Marinha.