Base afirma que tumulto com Nikolas e Jordy não atrapalha votação; oposição diz que Haddad fugiu 562n6k
Confusão entre deputados do PL e o ministro foi tratada pela oposição como mostra de falta de alternativa ao IOF e por governistas como tentativa de ofuscar julgamento de Bolsonaro 1he5h
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BRASÍLIA - A base aliada do governo acredita que, apesar do tumulto causado durante participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em audiência pública na Câmara dos Deputados, a votação das propostas alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não será abalada. Já a oposição afirma que Haddad foi protegido pelo presidente da Comissão, Rogério Correia (PT-MG), que é de seu partido e que abandonou o local por ser um "fujão". Haddad participou de sessão conjunta das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle.
"Infelizmente, esta é a prática cotidiana de uma minoria bolsonarista aqui dentro. Desrespeitaram a ministra Marina (Silva, ministra do Meio Ambiente), agora a mesma coisa. Querem ganhar no grito, mas isso vai ser repudiado pela Casa", afirmou o líder do PT, Lindbergh Faria, para quem o ministro receberá o mesmo apoio que recebeu de sua colega.
Segundo o deputado, a oposição está nervosa porque, segundo a imprensa, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser preso em outubro. "O depoimento (ao Supremo Tribunal Federal) de Bolsonaro foi um desastre." Lindbergh defendeu que é preciso acabar com os xingamentos e "baixarias" na Câmara
Já o deputado Marco Feliciano (PL-SP) avalia que o Rogério Correia se apequenou e foi covarde ao suspender a sessão e proteger Haddad por ser do mesmo partido do governo. "Ele fez isso para proteger o ministro Haddad, que fugiu da sessão. Foi uma cortina de fumaça e saiu daqui, aí vem o líder do governo Lindberg Faria falar de grito", rebateu.
Feliciano lembrou que Haddad compareceu ao local após um convite. "Ele veio a convite, mas vamos tentar convocá-lo. Haddad fugiu hoje da oposição, não quis responder, ele simplesmente fez provocações, não ou o retorno das provocações e saiu da Câmara dos Deputados", disse, acrescentando que, da próxima vez, o ministro ouvirá "poucas e boas".
O Brasil, conforme o deputado, "não aguenta" mais essa pressão nem aumento de impostos. "O brasileiro não tem mais condições de colocar comida na mesa. Estamos sofrendo e aí vem o governo e só pensa em taxar, taxar, taxar", criticou. Para Feliciano, a proposta que deve chegar ainda hoje ao Congresso parece ser pior que a de aumentar o IOF, conforme já começa a ser comentado na Casa.
A participação do ministro ocorreu em meio à apresentação das medidas alternativas para o decreto que elevou o IOF. Como a Estadão/Broadcast mostrou, haverá uma recalibragem desse decreto, com alteração de alguns parâmetros, como o risco sacado, e uma medida provisória (MP), com a tributação de 5% para títulos atualmente isentos, como as letras de crédito, e uniformização da alíquota de Imposto de Renda para aplicações financeiras em 17,5%.
